Para atrair e reter os melhores profissionais, as empresas precisam se abrir para novas tecnologias, apostar na inovação e aprender com a diversidade. E você precisa se perguntar se sua empresa tem alguma destas transformações que o mundo do trabalho exige. Os motivos vou tentar explicar. As empresas vivenciam uma era de transformação. A tecnologia criou e extinguiu carreiras e mudou a maneira como as decisões são tomadas, como os produtos e serviços são criados e os negócios são fechados. As relações interpessoais dentro do ambiente corporativo mudaram e deram novos significados para a carreira e ao trabalho.
Mas, atenção, as mudanças sempre ocorreram. A diferença é que, agora, são muito rápidas. A informação é em tempo real. E o gestor que não se adaptar vai, sim, ter que trocar a roda do carro com ele andando. A geração de pessoas nascidas na década de 1950 tinha como princípio construir carreira em uma única empresa. Subir os degraus na hierarquia, construir patrimônio e, por fim, conquistar uma aposentadoria tranquila. Não raro, os membros dessa geração marcavam nos currículos três ou quatro décadas em uma mesma organização. Essa situação é cada vez mais rara nos dias atuais. Hoje, esse entendimento mudou e muito. O jovem que está na faculdade, que tão logo vai assumir cargos de liderança, não está preocupado com os manuais, com a burocracia do dia a dia.
Esse jovem está preocupado em buscar uma empresa que tenha um significado, como projetos voltados ao meio ambiente, a leitura, diversidade e causas sociais. Uma empresa com autenticidade, ou seja, posicionamento, um propósito para seus colaboradores. Uma empresa que possibilite esse jovem de hoje a fazer escolhas. O comprometimento vai existir, mas na medida em que o futuro profissional aliar o seu propósito com o da empresa que trabalha. O conceito de trabalho com propósito já vem sendo utilizado por grandes empresas internacionais, como a KPMG e PwC. Esse conceito criou desafios para reconstruir sua missão, visão e, sobretudo, valores para as empresas. Nesse contexto, o lucro tornou-se consequência de um propósito e de um trabalho em conjunto.
Hoje, o jovem quer flexibilidade de agenda, ambientes mais informais, abertos e autonomia para criar projetos. O jovem de amanhã quer feedback constante, a presença de um tutor, uma liderança inspiradora, oportunidade de mudança, escritórios livres de amarras e que permitem o desenvolvimento das aptidões com treinamentos constantes. Nesse cenário, o salário ou cesta de benefício para esses futuros profissionais das gerações Y e sobretudo a Z não é algo fundamental para escolher uma determinada empresa. As empresas precisam entender que sai de cena o ambiente de comando e controle e entra o ambiente de mais autonomia, confiança e divisão das responsabilidades.